Museu Virtual do Vale do Mucuri

AS DUAS VIAS CENTRAIS

BEM VINDOS

Nessa exposição contamos com 14 pares de fotografias,  sendo fotografias do passado e  atuais, correspondentes ás  áreas selecionadas.

  Avenida  Getúlio Vargas e  rua Epaminondas Otoni.

Abaixo mapa da principal região exposta:  Avenida  Getúlio Vargas e  rua  Epaminondas Otoni.

Imagem da atual Avenida Getúlio Vargas, tirada no sentido da Praça Germânica para a Praça Tiradentes. À direita está a farmácia Aliança, o mesmo local em que hoje está a farmácia Popular. À esquerda, na esquina da Rua Visconde do Rio Branco, vêse a residência do comerciante de café Chico Lopes. A rua já tinha poste de iluminação e, à direita, vêse postes de telégrafo.

A fotografia chama a atenção das festas carnavalescas, tradicionais na cidade até os anos de 1970. Essa tradição foi quebrada com o melhor acesso para o litoral baiano e capixaba, a partir da construção da Estrada do Boi, BR 418. Também chama a atenção de um dos primeiros locais de cinema da cidade e dos trilhos do bonde cortando a Avenida Getúlio Vargas.

 

Na imagem, a Rua Direita, atual Avenida Getúlio Vargas. Essa rua foi criada por Teófilo Benedito Ottoni em 1853 como principal via do povoado que se chamava à época Nossa Senhora da Conceição de Philadelphia. A fotografia data dos anos de 1920 e exibe o resplendor de um casario construído no final do século XIX e início do século XX. Identifica-se   a primeira casa à esquerda com dois telhados iguais, datada de 1919. Do outro lado destaca-se  parte da casa onde funcionava o Liceu, etapa da educação que hoje corresponde ao ensino médio. Observase a presença de trilhos do bonde no centro da rua e nos cantos das calçadas canaletas para escoamento de águas, já que não havia rede de esgoto.

Sobrado suntuoso que se destaca na imagem de c. 1930, localizavase na atual Avenida Getúlio  Vargas.   Foi, na sua origem, a sede do Liceu de Teófilo Otoni. O liceu corresponde hoje ao Ensino Médio, e era um espaço acessível apenas a pessoas de maior posse, normalmente filhos de fazendeiros e comerciantes que podiam encaminhálos para universidades fora da região, pois Teófilo Otoni à época não contava com nenhuma escola de ensino superior. Observase na imagem o tráfego dos carros Ford, modelos de automóveis mais comuns no período.

A cidade de Teófilo Otoni foi planejada tendo como espinha dorsal a Rua Direita, atual Avenida Getúlio Vargas. Seu traçado foi descrito em 1855 pelo próprio Teófilo Benedito Ottoni: “As ruas e as praças alinhadas não contém uma só linha curva; são traçadas em perpendiculares paralelas das linhas nortesul e lesteoeste”. Na foto podese observar que a rua ainda estava sem calçamento, mas já havia chegado a iluminação na região central, ainda que muito precária, no que se pode observar pelos postes à direita, e o meio de comunicação telegráfico, identificados pelos postes à esquerda. O destaque da imagem fica para a Casa Abel, primeira casa à direita, fundada em 1897, assinalando a forte presença dos imigrantes libaneses no comércio regional. Permaneceu em atividade durante 101 anos, até dezembro de 1998, e ao longo desse tempo foi um ícone do sucesso da imigração síria e libanesa para a cidade. 

A fotografia é uma rica fonte de registros, que pode sinalizar por meio da imagem modos de vida de uma época. Na imagem, o homem que caminha no centro da atual Avenida Getúlio Vargas está com chapéu panamá, muito usado no final da primeira década do século XX. Também, pode-se perceber entre a calçada e a rua, uma vala, sinalizando não haver ainda canalização para água de chuva. O bonde tinha seu traçado alterado para servir como ponto de parada na porta do Liceu, escola frequentada por filhos das famílias mais ricas da região.

Fotografia do início do século XX revela um intenso movimento de pessoas, no que é hoje a Avenida Getúlio Vargas. Quase cem anos depois, essa via permanece como principal centro comercial do Vale do Mucuri.

Os anos de 1930 foi um período de grandes mudanças no espaço urbano de Teófilo Otoni, marcando a ruptura da economia baseada no café. Fortalecia o comércio e setores voltados para a prestação de serviços, bem como a produção pecuária.

Importante imagem para a memória histórica. A Rua Direita recebendo o calçamento em 1936, no
governo do prefeito nomeado, Manuel Pimenta de Figueiredo Junior. A pavimentação foi feita com
piso de pedra, em paralelepípedos. Em primeiro plano estão figuras masculinas trabalhando na
pavimentação da rua, entre os trabalhadores está um fotógrafo com um teodolito demarcando o
traçado da rua. Casario e postes são também distintivos de uma rua que desenvolvia com potencial
de centro comercial. Destaque para um casarão à direita que funcionava para estocar café.

A fotografia foi tirada no dia 13 de maio de 1938, em um desfile que comemorava os 50 anos da Lei Áurea. Ao fundo, pode-se observar o passeio público, o que corresponde parte da atual praça Tiradentes.

 Até meados do século XX, a atual Avenida Getúlio Vargas ainda preservava enormes casarões e sobrados, que coexistiam com as casas comerciais. Atualmente, esses patrimônios, quase todos, desapareceram e os poucos que restaram encontram-se muito descaracterizados.

RUA EPAMINONDAS OTONI

Paralela à Rua Direita, a Rua Epaminondas Otoni foi também uma via onde se concentrou casas comerciais, cinemas e hotéis, além de moradias de famílias de maior posse. A rua recebeu esse nome homenageando o político que, junto à família Sá, foram representantes dos interesses dos produtores de café da região do Mucuri.