Museu Virtual do Vale do Mucuri

zona norte de teófilo otoni

BEM VINDOS

Nessa exposição contamos com 21 pares de fotografias,  sendo fotografias do passado e  atuais, correspondentes ás  áreas selecionadas:

  Região Norte – Praça Germânica – Avenida Francisco Sá e entorno –  Bairro Grão Pará e entorno

 

 Abaixo, mapa da Zona Norte de Teófilo-Otoni

Em primeiro plano a Praça dos Alemães,  tendo como edificação central a segunda Igreja Evangélica Luterana, construída em 1868 sob a liderança do Pastor Hollerbach. Ao fundo, a atual Rua Mário Campos. Antes essa via era chamada de morro dos Velhacos porque havia na Avenida Francisco Sá um comerciante que cobrava dos endividados, aos gritos, suas pendências financeiras.  A imagem é do início do século XX.

O registro fotográfico mostra a Avenida Francisco Sá à direita e, à esquerda, a atual Avenida Visconde do Rio Branco. É possível identificar um modelo de  intervenção muito presente no cenário urbano da cidade de Teófilo Otoni, na primeira metade do século XX: a retificação das ruas.  

A imagem do início dos anos de 1920 apresenta, em  primeiro plano, o antigo Grupo Teófilo Otoni, atual Escola Estadual Clotilde Onofri de Campos. Logo em seguida, a Igreja Evangélica Luterana. Pela presença de grande quantidade de imigrantes europeus  e seus descendentes, o atual Bairro Grão Pará foi por muito tempo chamado de Bairro dos Alemães.

A imagem é da Avenida Getúlio Vargas no sentido norte-sul. No centro, a atual Praça Germânica, com a presença de um circo. No entorno da praça, alguns sobrados como o do hotel de Nagib, que também era usado para bailes. Pode-se identificar as características das moradias com amplos espaços para o plantio e pomares, pequenas chácaras urbanas. Ao fundo, a Câmara Municipal ainda em construção.

Praça Germânica

Imagem da Avenida Getúlio Vargas, no entorno da Praça Germânica, por volta de 1930. À esquerda, o antigo Colégio Mineiro, hoje patrimônio da CEMIG. A curva dos trilhos do bonde evidencia seu trajeto em direção à atual Avenida Francisco Sá. O cenário sinaliza o forte traço do patriarcalismo regional: o espaço público era ambiente exclusivamente masculino.

A Igreja Luterana, na antiga Praça dos Alemães, aponta a presença da imigração alemã na região, com a chegada dos primeiros grupos em 1856.  Com a Segunda Guerra Mundial, foi destruída por alguns manifestantes, que responsabilizaram os imigrantes pelo conflito. Imagem dos anos de 1920.

A fotografia de 1943 registra a concentração do Bloco Sete de Setembro Caninha Verde, na Praça Germânica. O Bloco saia da Avenida Francisco Sá e percorria o centro, sendo homenageado pelos Diretores do Automóvel Clube na porta da sua sede. Na parte central da fotografia,  o carro alegórico faz alusão a um tanque de guerra, expondo a imagem do então presidente Getúlio Vargas e a participação do Brasil na II Guerra Mundial. 

O Ginásio Mineiro, construído em 1928, na Praça dos Alemães, reproduz um período do auge do café e de uma educação excludente, destinada especialmente aos filhos da elite local. Chama atenção a arquitetura em forma de “U”, sendo que, na fachada frontal apresentava dois pavimentos em estilo gótico. Durante a II Guerra Mundial, o Ginásio se transformou temporariamente em quartel do exército, retornando como Colégio Mineiro. O local foi educandário até 1965, sendo atualmente sede da CEMIG. 

Atualmente localizado atrás do atual prédio da CEMIG, esse era o pequeno espaço para geração de energia de Teófilo Otoni na segunda década do século XX. A Iluminação chegou à cidade em 1922. Pela precariedade tecnológica, era desligada a certa altura da noite, com  as ruas e casas permanecendo às escuras. A energia só era restabelecida ao amanhecer do dia seguinte. 

Avenida Francisco Sá e entorno

A fotografia é da Avenida Francisco Sá nos anos de 1920, com destaque para o longo percurso feito pelo bonde, que se iniciava na Estação Ferroviária (atual Rodoviária), finalizando na entrada da atual Rua Soares da Costa. À esquerda, na imagem, pode-se visualizar o conjunto contínuo dos sobrados e casas, onde ainda não existia a ligação da Rua Epaminondas Otoni com a Avenida Francisco Sá. À direita, o antigo Grupo Teófilo Otoni, atual Escola Estadual Clotilde Onofri de Campos.

O grupo Teófilo Otoni, atualmente Escola Estadual Clotilde Onofri de Campos, foi criado em 1917. Por muito tempo, foi a maior escola pública da cidade. Sua fachada e estrutura foram alteradas diversas vezes desde a sua fundação, trocando a beleza arquitetônica original pelas novas necessidades e preferências da vida moderna. 

A fotografia da atual Rua José Luiz Andrade reproduz um comportamento frequente em diferentes camadas sociais até os anos de 1960. Cadeira na porta para conversa com a vizinhança e a rua como espaço de brincadeiras infantis. A proximidade da porta das casas com a rua sinaliza a continuidade do espaço público com a vida privada. 

A fotografia apresenta em primeiro plano o cruzamento da Rua Coronel Ramos com a Avenida Francisco Sá. Por aproximadamente um século, a prostituição e esta avenida se confundiram, em função da grande quantidade de cabarés que existiam nesse local. As chamadas “zonas” não existem mais, mas a base conservadora e patriarcal que esse espaço representou deixaram marcas profundas na formação da cidade de Teófilo Otoni. 

A construção do Santuário do Senhor Bom Jesus começou em 1923 por iniciativa de fiéis. O templo era ponto de partida para peregrinações de devotos até o Cruzeiro (localizado na atual sede da COPASA), quer seja para pagar penitências, quer seja para caminhar com garrafas d’água ou pedras na cabeça pedindo chuvas em períodos de seca. Na sua origem, o Santuário e o Cruzeiro eram essencialmente conectados.

Bairro Grão Pará e entorno

A imagem da Rua João Lorentz expõe mudanças e permanências na paisagem urbana. Com o crescimento do centro da cidade de Teófilo Otoni, novos espaços comerciais vão ocupando aos poucos locais antes exclusivamente residenciais, embora as calçadas preservem sua originalidade.

O destaque da imagem é o casarão à esquerda onde funcionou, por várias décadas, o Clube Concórdia, local de reuniões e festividades dos imigrantes alemães e seus descendentes.  É um espaço que representa a forte presença da cultura germânica na cidade de Teófilo Otoni.

“A rua dos Alemães [atual rua Pastor Hollerbach] era ampla, sempre limpa e iluminada por seis postes da Companhia Força e Luz Epaminondas Otoni [. . .] Em torno da rua surgia um bairro com o famoso Colégio São Francisco, o Hospital Regional e duas importantes indústrias – beneficiamento de café e móveis – todas dirigidas pelos alemães e seus filhos” ( Autoria desconhecida)

Na imagem, pintura do século XIX de autor desconhecido, a casa em destaque corresponde à primeira Igreja Luterana na então Nossa Senhora da Conceição de Filadélfia (Teófilo Otoni). Localizada no Morro dos Alemães (atual Bairro Altino Barbosa), também residia nessas proximidades o primeiro pastor luterano da região, Johann Leonhard Hollerbach.

A fotografia, datada de meados do século XX, registra a construção da Igreja da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana. No alto, à esquerda, próximo a uma palmeira, encontra-se o Sanatório São Sebastião.

A divisão interna entre luteranos fez surgir, em 1933, a Comunidade Evangélica,  construindo o seu templo à Rua Pastor Hollerbach.

A imagem mostra o prédio do antigo Colégio São Francisco. Inaugurado em 1929, funcionou como internato feminino, administrado por freiras holandesas franciscanas. Além da formação de professoras, o educandário oferecia outras atividades atribuídas à época ao público feminino. Atualmente, o espaço é ocupado pela Fundação Educacional Nordeste Mineiro, primeira instituição de ensino superior do Vale do Mucuri.